"Oceans"

domingo, 9 de julho de 2017

ATUALIZADO! COM UM FILME COMPLETO SOBRE JESUS! E MAIS: CRISTO... DUAS NATUREZAS? a que esse termo se refere na pessoa de jesus Cristo?




H
á um blog, que faço questão de recomendar, que é o Kálamos, do irmão  Jorge F. Isah. E o faço por duas razões: a primeira é o seu talento para escrever sobre qualquer assunto, coisa que o faz com relativa maestria e usa esse talento desde a sua efetiva conversão, para tecer reflexões acerca da Palavra de Deus; segunda: embora não concordemos "ipse litere" em questões, digamos, periféricas, não tenho nenhum problema em recomendá-lo ao leitor desse blog, mesmo que depois você goste mais das idéias dele do que das minhas, o que devido a seu talento é muito possível.

Hoje, três décadas depois, com ganhos e perdas, no meio evangélico, uma na minha opinião é terrível: não se cita sequer a existência de outra igreja, pois é concorrente, e assim a sua gravadora, os seus cantores, a sua editora, os seus políticos, etc. Não há mais a alegria de saber que  o outro é crente, é um irmão. É claro que já existia um processo semelhante mas agora ficou mais descarado, incoerente, bizarro. Hoje como reflexo nem manifesto alegria em saber que tal irmãoé da minha igreja ( que frequenta ocasionalmente ou é membro da mesma denominação, e isso digo por mim...). quem sabe depois de "dois dedos de prosa" dá para confiar no cristianismo do irmão? Uma igreja assim é mais fraca no seu testemunho e na sua estratégia de evangelismo. Razões são várias e não desejo tecê-las no momento.

Bem o irmão Jorge,no seu blog Kálamos, postou uma reflexão sobre a dualidade da natureza de Cristo. Não afirmou a sua crença na dualidade e nem a refutou-a totalmente. deixou em aberto devido a questões a ela relacionadas. Jesus Cristo tinha duas ou uma natureza? era um composto de uma natureza plenamente divina e outra humana, ou apenas de uma natureza?

Deixe-me dizer que para o crente, convertido e que ama o Senhor e tenha experimentado o perdão e o novo nascimento, uma mudança de vida e de atitude, e tenha a certeza de sua salvação pela obra e a fé exclusiva no nome do Senhor Jesus, na minha opinião isso é absolutamente, e sem sombra de dúvidas, irrelevante.


Não é necessário que eu saiba o peso do meu amigo e a sua tendência a ter problemas de fígado, ou de pele, para que sejamos amigos. Da mesma forma analizar essa questão é igualmente irrelevante. Entretanto para a confissão de fé de sua igreja, de uma denominação, é ao contrário absolutamente importante. A liderança, os fundadores, tem que ter tomado uma posição definitiva sobre o assunto. Sobre essa e outras questões, como acerca da dualidade ou triparidade do homem, corpo e espírito, ou corpo alma e espírito, por exemplo.


Em teologia ( estudo de Deus,  razão sobre Deus )  tudo tem nomes, até as mínimas diferenças entre pontos de vistas ( e todos em grego , ou pelo menos boa parte deles ). Você pode se sentir perdido entre tantos "ismos" e "anos". Escolher uma posição e alinhar-se a elas a partir dos grupos e tendências é um suplício além do que  cada grupo, consciente ou insconscientemente parece fugir das declarações escriturísticas e argumentações que ofereçam perigo a sua estrutura de pensamento, ou seja não exatamente honestos nesse ponto. De fato também, não há nenhuma questão, ou dúvida que não tenha sido exaustivamente discutida nos últimos vinte séculos. Uma posição diversa da maioria hoje é mais uma volta ao passado, repisando velhas questões, tantas vezes abordadas, defendidas e atacadas, tantas vezes com os mesmos argumentos.

O irmão Jorge parte  de muita leitura de textos e livros  aos temas relacionados, analisa as várias posições, se debruça sobre a história da igreja, examina a Bíblia e, acho, escolhe a posição que mais lhe pareça Bíblica. eu embora ainda leia alguns livros evangélicos (menos que no passado, talvez até os livros fossem melhores, mais feinhos, mas com mais conteúdo confiável ) parto do pressuposto que a Bíblia por si só é suficiente para elucidar as grandes dúvidas que possam eventualmente surgir na construção da fé cristã genuina. Claro, partindo-se do pressuposto que a vida cristã, não seja essencialmente um alinhamento unilateral de uma posição ou outra. Ningueḿ é cristão, crente, sem comunhão com o seu Deus através de duas coisas: leitura da Bíblia, das  Escrituras, o máximo possível, e oração efetiva, ouvida por Deus, respondida por Ele.

Bem, se Jesus Cristo tem duas naturezas, e uma delas recebida pela sua encarnação nesse mundo, via Espírito Santo e ventre de Maria, há de se aceitar então que o Verbo, que era Deus e estava com Deus tenha sido acrescido de alguma coisa que não tinha no tempo. Ora, sabe-se que Deus é imutável, não de deteriora  e nem arrefece, não perde essência e da mesma forma não ganha algo que lhe acrescente. Toda a obra de Deus, a criação, é fora de Si mesmo. Dessa forma o Verbo original não poderia ganhar nada além do que tinha originalmente. Aliás Ele é o mesmo ontem, hoje e será eternamente.

Outro ponto é que, considerando-se que efetivamente, Jesus Cristo, tenha ganhado algo em sua encarnação, o que ganharia, se a criatura ( no caso  o homem, cada um de nós ) é que é semelhante a Si mesmo? Lembrando que triângulos semelhantes não são iguais, aulas de geometria que dei alguns anos. No máximo agregaria algo que já possuia e isso é ilógico.Ganhar algo semelhante a si  em menor monta.


Gostaria de lembrar que quando um teólogo fala da natureza de Cristo pensa em uma coisa, quando o crente comum usa  a mesma palavra, na verdade pensa em outra coisa. Se perguntarmos para ambos, o teólogo e o não teólogo, ambos dirão que Cristo é uma pessoa e não duas, ou seja o Verbo sem começo e sem fim, eterno. O problema começa quando consideramos a sua encarnação. A sua pré-existência é chamada de uma natureza e seus trinta e quatro anos de vida como ser humano ganha a conotação de uma outra e nova natureza.

O título dessa postagem põe em questão a fato de Cristo ter duas naturezas, como sendo duas pessoas em uma, uma divina e outra humana. Visto dessa forma a resposta é não. Jesus Cristo é uma pessoa da Trindade até porque não seria mais "Trindade", embora essa palavra nunca  pareça nas Escrituras. Não há quatro pessoas na trindade e sim três, naturalmente. Visto que as mesmas Escrituras afirmam que nem antes,nem depois dEle nenhum outro deus se formou.

Gostaria de lembrar que é comum, muito comum , nos embates teológicos, as controvércias permanecerem em torno de pontos, que no âmbito maior, são irrelevantes e se tornam muitas vezes bandeiras defendidas acima de outros elementos teológicos mais importantes, por puro desvio de foco mesmo. A maioria das pessoas, incluindo teólogos, não se dão ao trabalho de refletir sinceramente sobre certos pontos. O sistema de ensino não oferece nenhuma possibilidade de outra posição. Imagine um seminarista ou candidado a pastor em uma denominação sendo sabatinado sobre teologia bílblica...se for sincero e apresentar certo posicionamento não será aprovado e nem aceito. alguns preferem a omissão pura e simples ou escolhem uma ou outra posição menos conflituosa.

Disse isso, por achar, sinceramente, que não é essa a questão, se tinha duas ou uma, se tem duas ou uma agora e no futuro. Cristo se tornou homem para que num cenário maior, vencesse Satanás em nosso lugar, e em bom português, obtivesse a revanche sobre o nosso inimigo. Santanás iludiu o primeiro casal sabedor das terríveis consequências para a raça humana. Sugeriu dessa forma que somos inviáveis na nossa liberdade, que nenhuma criatura criada por Deus, com inteligência para questionar Suas decisões e atos, seria-Lhe fiel,assim como ele, Satanás não foi. Quis provar que genuinamente a sua  posição de rebeldia não era só dele, Satanás, mas uma possibilidade aberta para todas as criaturas de Deus, feitas para se relacionarem com Ele. Na sua fala com Eva, praticamente confessou sua posição antagônica com Deus, sugerindo; " Deus não quer ( tem medo ) que sejam iguais a Ele", assim como Ele, Deus, "temeu" que Satanás se igualasse a Ele, Deus.

Nessa perspectiva, a encarnação de Jesus Cristo, se insere em duas coisas: Cristo vence no nosso lugar e isso é claramente e tacitamente exposto nas Escrituras; Cristo comunica-se, relaciona-se, pessoalmente com o homem, falando-os, ouvindo-os, argumentando com eles, amando-os e aborrecendo-os. a Bíblia mostra e a história posterior também o faz, por diversas vezes, via influência satânica, a aspiração de um governo mundial quase se efetivou.

O primeiro episódio foi Bíblico, em Babel, e o próximo será o governo  do anti-Cristo. Jesus Cristo veio para reinar, daí a sua entrada em Jerusalém. a sua tristeza veio da constatação que não seria naquela ocasião mas após a Sua morte e ressureição. Após a Sua vinda, por mil anos  Cristo reinará num governo mundial de Deus e isso é Bíblico, embora soe estranhamente para muitas denominações cristãs e seja errôneamente enfatizada por algumas. Cumpre-se então as razões da humanidade de Cristo: vencer em nosso lugar, individualmente, por cada um de nós; efetivar o governo de Deus entre os homens, Deus conosco na terra. A Deus ninguém jamais viu, mas a Cristo poderemos ver, ouvir e falar com Ele.

Uma vidraça tem por objetivo impedir a entrada do vento, do ruído externo, pode eventualmente deixar ver a paisagem lá fora ou  as pessoas dentro da construção ou edifício, mas é essa a sua função pressípua. Discorrer sobre o teor de material do vidro da vidraça, embora seja real como possibilidade, é de uma inutilidade absurda,a não ser para o fabricante e para o vendedor por questões de preço, óbviamente. Da mesma forma o significado da humanidade de Cristo se impõe radicalmente acima da discussão de Sua eventual natureza, passível de ser feita, mas que desloca o foco para algo não principal. 

Finalmente, um esboço de um estudo acerca das duas naturezas de Cristo, vistas agora como características de Sua pessoa, que permanece uma somente.


 A Natureza Humana de Cristo

  • Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo em Maria (Mt.1:18; Lc.1:35);

  • Jesus possuía um corpo, mente e emoções humanas (Lc.2:40; Mt.4:2; Lc.23:46; Mc.13:32; Jo.11:35; Jo.13:21);

  • Jesus não possuía o pecado original, nunca pecou e, sendo verdadeiro Deus também, não era sujeito a pecar (Hb.4:15; 7:26; I Pe.1:16; 2:22; I Jo.3:5);

  • Jesus precisava ser verdadeiro homem para: a) obedecer a lei em nosso lugar (Rm.5:18-19); b) se oferecer como sacrifício por nós (Hb.2:16-17); c) compadecer-se como sumo sacerdote (Hb.2:18);

  • Jesus será um homem para sempre (Jo.20:25-27; At.1:11; 7:56);

  • Heresia: Gnosticismo: Ensina que Jesus não possuía um corpo humano real;
 A Natureza Divina de Cristo

  • Jesus é chamado diretamente de Deus na Bíblia (Is.9:6; Jo.1:1; 20:28; Rm.9:5; Tt.2:13; Hb.1:8; II Pe.1:1);

  • Jesus possuía atributos divinos (Jo.5:58; Ap.22:13; Jo.21:17; Mt.18:21; 28:20);

  • Jesus recebe adoração (Fp.2:9-11; Hb.1:6; Ap.5:12-13);

  • Jesus precisava ser verdadeiro Deus: a) para arcar com toda a pena de todos os pecados dos que crêem; b) porque, como a salvação vem do Senhor (Jn.2:9), só Deus poderia salvar o homem; c) porque só alguém que fosse verdadeiro Deus e verdadeiro homem poderia ser mediador entre Deus e os homens (I Tm.2:5);

  • Heresias: a) Arianismo: Ensina que Jesus não era o verdadeiro Deus, mas um deus menor que o Pai; b) Kenoticismo: Ensina que Jesus abriu mão de atributos divinos quando se tornou homem e deixou de ser plenamente Deus;
 A Encarnação: União das Duas Naturezas na Pessoa Única de Cristo

  • Heresias: a) Apolinarismo: Ensina que Jesus possuía apenas um corpo humano, mas não um espírito humano, pois o lugar do espírito foi ocupado pela natureza divina de Cristo; b) Nestorianismo: Ensina que havia duas pessoas em Cristo, uma pessoa humana e outra divina; c) Monofisismo: Ensina que Cristo possuía uma só natureza, originada de uma mistura das naturezas divina e humana;

  • Ensino bíblico: Jesus assumiu uma natureza humana em sua encarnação, e desde então possui uma perfeita humanidade (corpo e alma) e uma perfeita divindade, duas naturezas completas que, apesar de unidas, preservam suas propriedades, formando uma única pessoa, Jesus Cristo (cf. Definição de Calcedônia). Desta forma: a) Uma natureza faz coisas que a outra não faz (Jo.16:28; Mt.28:20); b) Tudo o que uma das naturezas faz, a pessoa de Cristo faz (I Co.15:3); c) Títulos que nos lembram de uma natureza podem ser empregados em referência à pessoa, mesmo quando a ação é realizada pela outra natureza (Lc.1:43; I Co.2:8).
Bibliografia:
Jesus Cristo: Verdadeiro Homem, Verdadeiro Deus, Revista, CPAD
Wayne Grudem, Teologia Sistemática, Vida Nova, capítulo 26


Fonte: Web 

Por Helvécio S. Pereira

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